Folha ao vento

Folha ao vento, em uma dança lenta, a folha cai

Ao desprender da origem não sabe o destino, não importa aonde vai

Seus temores são metáforas sua dor é solidão

Em sua liberdade sem sentido ela dança um sonho uma canção

Tanta força a castiga tatuando-lhe carismas

Ela cria movimentos para transformá-los sofismas

O outono é a razão de sua misteriosa existência

Altera verbos para que se perca a eloqüência

Sua tristeza é a antítese das manhãs e dos jardins

Sempre sonha o mesmo sonho

E o que é bom diz que é ruim

Sabe ser apenas uma folha ao vento

Tão simples assim

Vendo rostos conhecidos frios sem sentimentos

Que mudam a todo o momento

Transformando o ferro em aço

Eu me laço

Nos teus braços e abraços

Beije-me

Em teus lábios me enlace

Afaste-me deste inverno

Que me afasta de você

Deixe-me repousar em teu delírio

Renascer em tua aurora

Aquecer-me em tua luz, saborear tua doçura

A cada amanhecer estar agarrado ao teu ser

Pois por mais que eu flutue ao sabor da brisa e do vento

Meu destino você

Alexandre 18/03/2011

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 02/04/2011
Reeditado em 22/01/2012
Código do texto: T2885293
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