Os mesmos dois
Sabes quando sei que te preciso?
Quando não importa o quanto eu sue
Ou o quanto eu peça que termine
Ou mesmo o quanto isso pareça sacrifício
Estou ainda no teu colo
E carinho, e ouvido, não assusto, nem estou cobrando
Posso ficar mais uns minutos?
Sabes quando sei que estou errado?
Quando não te faço sorrir ao abrir a porta
Nem te chamo de Deusa, ou de minha menina
Porque estou com medo de dizer alguma coisa
Ausência de palavras, num silêncio impreciso
Sem carruagem, te ofereço meu empenho
Em te oferecer o que de melhor eu possa ter
Sabes quando eu soube que podíamos ser sempre mais?
Quando no primeiro sol ao teu lado, o dia não durou
E na primeira lua em que dividimos, o céu estava tão perto
Que em pouco tempo, tudo era saudade
Construíamos juntos, e por que parar?
Ah, o doce aroma de desejo
Não te largo, por não saber mais me encontrar, sem meu lar em ti, pra voltar
Sabes quando eu soube que eras tu?
Quando não foi teu corpo que me calou o senso
E não foi teu beijo que me disse o que fazer
E fui me sendo teu, aos pouquinhos, feito menino tímido
Acanhado, na fantasia de que tu fosses o barulho que afastasse a minha solidão
O pior que não te amar, seria não te conhecer
Então já que tudo pode ser, vamos continuar os mesmos dois?
Daniel Sena Pires - Os mesmos dois (02/04/2011)