Palavras 0301 - Desabafo
Caminho o vento dos meus sonhos
em um dezembro que não foi marcado,
talvez se me dedicasse mais a minha vida
correria menos riscos, é só talvez.
Os cafajestes viram anjos e ninguém vê,
as noites dormem e ninguém acorda,
pra que caminhar sozinho numa noite
se pela manhã tenho que dar bom-dia.
O mundo está grávido de estabilidade,
mas ninguém pariu e não tem pai,
pena do homem que se diz honesto,
caminha, como eu caminho até a morte.
Meu nome não posso dizer, nem sei direito,
tenho medo, tenho frio, tenho dinheiro,
moedas grandes guardados no pote de geléia,
pra quando defunto comprar o caixão.
O homem não faz a hora de viver, mas morre,
caminhando cada opinião que de nada vale,
disparando palavras que mal sabe o significado,
comendo feito carcará até sumir na terra.
01/04/2011