INCÊNDIO SOB CHUVA
Sou consumido pelo ímpeto desse registro que me persegue
E antes que a loucura me negue, que eu não sonegue a rememoração
Daquela inesquecível cena de paixão que em palco de emoção se ergue
Tão saborosa quando o extrato do alvergue - febril consumação!
Incendiários se mostraram nossos âmagos ávidos
Posto que os desejos grávidos nos conceberam sem reservas
Nos lábios a energia das ervas, nossos juízos impávidos
A toda insensatez completamente aptos - sedentas lavas internas!
Nem mesmo a tempestade pôs em fuga nossas labaredas
Qual manto de sedas a densa chuva parecia nos acariciar
Porque maior se deu o trovejar nas inundadas íntimas veredas
Edificando em nossos corpos alamedas para o incêndio se alastrar!
Assim eu te amei, como um titã destroçador e imperial
De um modo original, não planejado e de espetacular fervor
Incendiário amor, que venceu a sobriedade e o temporal
Que viu a chuva ter final e o fogo colossal que até hoje não se apagou!
********************************************************************
Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
MSN: reinaldojgr@gmail.com
Orkut diretamente pelo email: reinaldojgr3@hotmail.com
No Twitter: @reynaldorybeiro