O AMOR DO SOL PELA LUA

O sol, já preguiçoso,

Ameaça deitar no horizonte,

Cabeça sobre o monte,

Fita, apaixonado, a lua;

Tendo nas mãos um caderno,

Cheio de poemas róseos,

Que compôs para a amada sua.

A noite chega de mansinho,

E, de repente o sol apaixonado,

Sentindo o peso do sono,

Esconde-se debaixo do edredom,

E, envolto em sonhos... Apaga;

A lua sua amada,

Invade com seu brilho as calçadas,

E, pela noite... Vaga.

Eis um amor impossível,

Apenas para ele visível,

Que acorda dos sonhos, na madrugada,

E, ao romper das manhãs,

Não cansa de buscar por ela.

Mas, ela? Curtiu a noite e partiu,

E o coração do sol poeta feriu,

Não quis esperá-lo, sem pena e sem razão;

Eis o amor que existe pela metade,

Mas, mesmo assim existirá saudade

...Amor de um só coração!

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 31/03/2011
Reeditado em 17/06/2022
Código do texto: T2882299
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