AO GOZO DELIBERATIVO

As tardes acomodam vãs inspirações.

O ocaso transparece tezes incomuns.

O cair da noite adrenaliza ainda mais e anseia o prazer.

O vinho escorre pela taça, que escorre pelo corpo,

Que escorre para os lábios, que escorre pela alma.

O riso mixado a profunda concentração:

Tentativa de fazer o melhor.

Abrem-se pernas, contraem-se ancas,

Tudo é prazer, tudo é luz, é vida.

Agarrões fortes, disritmia translúcida,

Urros sagazes, morte iminente, desencarne instantâneo.

Por fim um abraço apertado, um beijo molhado,

suspiro cansado, olhos alegres concentrado.

A madrugada carrega consigo gozos antigos.

A alma delibera felicidades tantas.

A aurora decide vir e acordar sonoramente aqueles corpos.

O nascer do dia revela a reencarnação.

Estão vivos novamente - Ressuscitaram.