Paris, Uma crónica de tempos futuros…
Todas as canções de amor
Todos os poemas
Deveriam serem escritos por amantes latinos
Em Paris
A cidade universal do Amor
E de lá deveriam partir para o Mundo
E de seguida terem o Cosmos como seu final destino…
E a Torre que ilumina a Humanidade
Deveria ser Eterna
A sua luz deveria ser proibida de se apagar
Deveria ser feito um Decreto Divino
Para ela Para Sempre
Nunca parar de Durar…
Porque houve um tempo em que isso foi real
Houve um tempo perdido no tempo
Em que ela era o centro de Tudo
Mas não agora
Neste presente
Neste meu mundo…
No qual dou comigo a passear
Numa cidade morta
Não sabendo como vim aqui parar…
Mas Sei a Razão
Esse Sentido
Porque Aqui
Neste invólucro urbano e humano vazio
Sei e sinto
Que todos os que passaram por Aqui
De certa forma estão comigo
Quando os seus descendentes, meus contemporâneos
Partiram um dia para as estrelas, para não mais voltar
Esse espécie humana, estranha
Que é a minha
E que tem o hábito estúpido
De que aquilo que ama mais, querer, numa dada altura abandonar…
Porque o brilho dos humanos
Só tem paralelo nas suas irracionalidades e absurdos mudos
Eu vivo a minha contemporaneidade
No fruto desse estado
Eu vivo em
Paris, Uma crónica de tempos futuros…