O JANTAR

Permita-me puxar a cadeira em prol de tua acomodação

Beijar-te a graciosa mão, sinalizando o meu olhar tão radiante

Posicionar sobre teu colo um colar de brilhantes, após vedar-te a visão

E mediante tua feliz satisfação propor um brinde com espumante!

Ao som de Clayderman ao fundo, acaricio tuas emoções

Em meio a suculentas degustações, brota outra fome em meu olhar

A cada cuidadoso pronunciar meus sentimentos dão-se em vazões

Sintonizando os nossos corações, sincronizando o nosso paladar!

Eu abro a porta do automóvel e minha mão te posiciona com conforto

Completamente absorto na perfeição de teu desenho

Porém ali ainda me contenho, por mais que inebriado ante teu corpo

E após chegarmos um vinho do Porto, seguido por um beijo de notável desempenho!

Ali todo requinte cai ao chão, unido a nossas peças arrancadas

Costas marcadas, beijos glutões e canções de sussurros em vigor

Um show de impudor a cada ápice de junções reiteradas

Duas feras mutuamente devoradas, duas almas saciadas pelo amor!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

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