Horas elementares
Coração de madeira que repousa
displicentemente sobre o lugar nenhum.
O ajuntamento de acordes tortos
que não descreve, mas corrompe,
o que não deve ser dito nem desejado.
É ela, sempre a dança,
a nagação da minha normalidade atômica,
infinita em sua impaciência,
e dolorosa em seu efeito.
Não amanhecerei jamais nem serei
mais verbo.
Serei o desconcerto e a fonte de toda imaterialidade,
numa noite roubada para lhe revelar.
Um sol de papel e cêra.