J A N J Ã O V I R O U D O U T O R
Sou lavradora, fui criada neste sertão, nunca estudei, mas aqui criei os meus três filhos, dois meninos e uma menina.
Tivemos uma vida muito dura morávamos numa casinha de pau a pique, tinha dia que não tinha o que comer.
Mas perseveramos até o fim. Eu e meu marido trabalhava como lavrador, nossas mãos eram como lixas, cheias de calos, nossos filhos ajudavam nós na roça, mas este trabalho era muito pesado para eles. Janjão todo o dia levava marmita para o pai.
Era um trajeto árduo, pois tinha que andar sete léguas.
Nós trabalhava duro, para suportar o arocho do sertão.
Com o passar do tempo o meu marido adoeceu e aposentou pelo Funrural, sem ter mais o que fazer, ele veio á falecer.
E nos deixou sem saber o que fazer, para pagar o seu funeral!
Meus filhos entristecidos pela morte do pai, insatisfeitos com aquele trabalho duro do sertão na cidade grande foram morar!
E disseram aqui na roça fico mais não e foram para são Paulo.
Passados alguns anos eu não sabia como fazer para encontrar os meus filhos. A saudade dos meus filhos foi apertanto no meu peito, eu tive de dar um jeito. Resolvi a procurá - los, mas eu não tinha endereço deles, mesmo assim fui para São Paulo
Chegando lá, pedi informações, para encontrar com o meu filho Janjão!...Tive informação que minha filha, com um pintor se casou, o Joel virou apresentador de televisão e o Janjão virou doutor. Naquela cidade grande, encontrar os meus filhos...
Era quase impossível, mas, andei a pé até a estação, chegando lá Tive informação, de onde era a casa do meu filho Janjão!
Para a minha emoção, encontrei um casarão, e lá fiquei sabendo
Que aquela linda mansão, era a casa do meu querido, Janjão.
Chegando lá, perguntei ao moço...
É aqui ,que é a casa do Janjão?
Ele me respondeu: Um momento por favor!
Era o caseiro, o mordomo!... Ele foi até o doutor João,e descreveu toda a situação.O Doutor João disse ao serviçal, diz a ela, que aqui não mora nenhum Janjão, aqui, é a residência do doutor João,e se ela quizer falar comigo,está aqui o meu cartão.
Max Uchikado
29.08.2011