,. Ave garça, cheia de Graça
 

 
Que tu sejas, meu bem, como essas aves,
que vão e vêm, e em grupo esvoaçam,
atrozes,
cheias de graça, pro doce momento da caça.
 
Aves que mergulham nos rios, nos mares,
e emergem, enxutas, fulgurantes,
velozes,
pra ousados voos rasantes, nos igarapés.
 
Olhares de amantes, de amor reclamantes,
que chamam, clamam e se inflamam,
fulmíneos.
E veem o que passa com o mesmo semblante.
 
Aves que descem das alturas,
onde se banham com a alvura das nuvens,
perspicazes,
e posam, até, no volúvel lamaçal das marés,
 
mas que não mancham a brancura das asas,
tampouco enodoam a delicadeza dos pés.
Genuínas,  
dígnas, nada lhes atinge, por onde passam.

E seus gorjeios muito nos encantam,
quando, alegres, noutros voos se alevantam,
resolutas,
Pra lavar seu alvor nas espumas do alvorecer. 
 
...

Encoraja-te também, criatura do meu viver,
pra essa doce aventura de voar, com a leveza
femínea
e a alvura, pura, doutras aves do teu sonhar.
 

 

Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 29/03/2011
Reeditado em 29/03/2012
Código do texto: T2877377