O QUE DIREI DO MEU AMOR?

Como é possível demonstrar a antecedência do imponderável?

Eis o dilema inexorável com seus irresolutos estatutos transcendentes

Com suas geleiras ardentes e seu rio inflamável

Domesticando-me para ser fera indomável e um ser feliz plangente!

O que dizer da ostentação dessa impudência elegante?

Há um silêncio gritante atravessando sete mares de desertos

Buscando por acertos incertos e sobriedade inebriante

Dormindo um sonho incessante, com os olhos da cegueira despertos!

É como achar uma pérola de paz na rara concha guerrilheira

E respirar o ar de uma cordilheira enquanto o fôlego do peito titubeia

Na queima que a inundação ateia, no incêndio que se finge de centelha

No antagonismo que emparelha, nadando em mel que enche a veia!

Ah! como eu queria descrever o meu amor!!

Mas a razão negou o endereço de uma compatível explicação

Onde andará a verve com a sua erudição? Será que a semântica findou?

Talvez a ti também se enamorou e como eu perdeu o dom da tradução!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 29/03/2011
Reeditado em 14/09/2012
Código do texto: T2877339
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