O QUE DIREI DO MEU AMOR?
Como é possível demonstrar a antecedência do imponderável?
Eis o dilema inexorável com seus irresolutos estatutos transcendentes
Com suas geleiras ardentes e seu rio inflamável
Domesticando-me para ser fera indomável e um ser feliz plangente!
O que dizer da ostentação dessa impudência elegante?
Há um silêncio gritante atravessando sete mares de desertos
Buscando por acertos incertos e sobriedade inebriante
Dormindo um sonho incessante, com os olhos da cegueira despertos!
É como achar uma pérola de paz na rara concha guerrilheira
E respirar o ar de uma cordilheira enquanto o fôlego do peito titubeia
Na queima que a inundação ateia, no incêndio que se finge de centelha
No antagonismo que emparelha, nadando em mel que enche a veia!
Ah! como eu queria descrever o meu amor!!
Mas a razão negou o endereço de uma compatível explicação
Onde andará a verve com a sua erudição? Será que a semântica findou?
Talvez a ti também se enamorou e como eu perdeu o dom da tradução!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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