Por ti escrevo
Tenho na poesia o tempo
tenho na escrita a fuga
tenho as penas
sobre aparos
afiados em qualquer limite
por entre as filas de resmas limpas
por entre os fios delimitados
das linhas estreitas
mas tenho a escrita o meu refugio
Tenho o tempo sem nome
tenho o tempo sem cor
tenho o teu amor delapidado
em prosa dita
ou narrativa contida
por verbos
entre os tempos solidões
das noites velharias tidas
dores sentidas
amor...
Um compasso
que me faz viver da escrita
de ti miga
de ti amada
Tenho na poesia coisa selvagem
erotismos aparte
e afins...
Tenho as estrelas como companhia
algumas infinitas
e tenho o pensamento em ti
sempre
sempre de ti
Tenho-te tida
lida
contida
por isso escrevo
... Ponto final!
Paulo Martins