O PALCO

Quem sabe um dia o destino ponha fim nesse espetáculo

E se desfaça todo obstáculo edificado por trás da invisível maquiagem

Em vez dessa forjada miragem que se atraca a um vaidoso tentáculo

Suba a virtude ao pináculo e em tua alma desponte uma bela paisagem!

Tomara advenha a cena derradeira desse leviano roteiro

E qual nascente de um ribeiro, brote algo puro de teu íntimo

Que o teu sol não seja ínfimo e tua noite se transforme num luzeiro

A produzir um horizonte verdadeiro em vez desse cenário cínico!

Talvez assim teu beijo e teu abraço não sejam mais dramatizados

E os teus gestos tão representados se trajem de alguma autenticidade

Para que a lente da verdade não filme sentimentos forjados

E os aplausos sejam dados para louvar a exemplar sinceridade!

Posto que o amor tão celebrado na arte sofismática da ludibriação

Não pode enganar um coração e reduzir-se à mera ficção do abstrato

Ele há de ser um eterno fato, que vai além da mais habilidosa ilação

Não é fantoche para encenação e nem o show de um mentiroso palco!

*****************************************************

Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 28/03/2011
Reeditado em 15/07/2013
Código do texto: T2875275
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.