Energúmena morte

Energúmena morte

Na minha morte teve festa e música alta.

Eu tinha dezenove anos, ainda não sabia

o que era engano.

Morri com ela aos dezoito anos com uma

louca euforia em panos.

Fiquei tentando viver longos vintes poucos

anos.

Mas era difícil ressuscitar com aquela

energúmena.

Cheio de merdas no entorno existencial.

Quanta discórdia e burrice pragmática,

até no sexo perdi a prática.

O meu velório tinha pessoas angustiadas e

abstraídas.

Minha mãe morreu depois com agonia no

rosto morreu mais de desgosto.

Na minha morte falei pouco com quem eu

mais amava.

Entrei em decomposição sem composição

poética.

Estou me avigorando pra nascer de novo

nesse plano que ajudei a me matar vivo.

Eu nem cheguei ao céu ou quis ficar no

inferno.

Foi no inverno que me desfiz do terno de

madeira terreno.

Sem a branca me escoltando, só feliz e

sereno, em paz me fiz moreno já me

amando.

http://poetadefranca.blogspot.com/

O NOVO POETA. (W.Marques).