PASSARELA DA DOR

Quando passas pela rua da cidade

A avenida transforma-se

Em iluminada passarela,

E meu olhar te acompanha

Disparando fleches de saudade.

Mas você não me vê!

Se me vê, não enxerga!

Se me enxerga,

Não me conhece!

Se me conhece

Finge que me esquece.

Então me encolho assim

Em náuseas de orgulho

Engolindo o pranto

Que ameaça saltar

As janelas da alma

E fujo para dentro de mim.

Se eu não te visse...

Se eu te esquecesse...

Quem sabe assim

Pudesse recolher

Os cacos da ilusão

Para remontar novamente

O meu pobre coração.

Mas de nada adiantaria

Tal ato de desespero

Pois essa desgraçada paixão

Feriu com tanta força

O meu sofrido peito.

Que só o que me resta

É aceitar minha sorte

E abraçar a morte

Que me arrasta para o chão.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 27/03/2011
Código do texto: T2873072