Poema embalado

Plá tarde oscura

fazendo frio de morte

o teu peito bate no meu

lindo coração embalado pela musica do amor

aqui distantemente apagado

na minha chaise-longue

eu te aqueço os cabelos

como se fosses uma corola florida

e em cada pétala eu dissesse:

malmequer

bemequer

malmequer

bemequer...

Não te vás

que inda tenho tempo para te dizer:

amor!

deixa-te sonolenta em mim estar

que hoje apetece-me

indefenidamente

e só infinita te abraçar

longa

longa...

Faz frio no tempo cinza

pardacento

e chove a espaços no meu cansado coração de amor

que de te embalar me temo

me domo

e te quero

perco o tino

desatino

na luz d´ouro

que suavemente

laminaria presencia

nosso sono

e não te vás de mim

que a tua sombra é o meu refúgio.

Ah

como me soas beleza troante

na mão de um tenor

Wes nos embala no beijo

to late now!

Oh nostalgia

que te perder me deixa em trauma

que te deixar me deixa em coma

e apetece-me entrar dentro de ti

para assim indefinidamente

ser tu

e eu...

Plá tarde oscura

tu sempre mais obscura

hoje tenho-te passado

neste presente

tão verdadeiro

que se pudesse no tempo

congelar tal momento

eu me suicidaria

e assim não perderia tempo

ao escrever-te tão tamanha fantasia

mas,

quando eu morrer

mesmo que não me segures a mão

saberás que "hoje"

feito um monge

te escrevi este poeminha

com lágrimas saudosas

de te embalar na ventania.

Paulo Martins

PauloMartins
Enviado por PauloMartins em 26/03/2011
Código do texto: T2872713
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