POBRES COITADOS
Certo homem falou-me
Que o romantismo acabou,
Disse-me o pobre infeliz
Que as flores secaram
E os versos apaixonados
Rabiscados em lenços de papel
Queimaram-se no fogo
Da indiferença feminina.
Ah! Pobres coitados!
Não sabem a verdade.
Como poderiam saber
Que a chama do desejo
Pode até ascender-se
No corpo de uma mulher
Mas para que ele não se apague
É preciso mais? Muito mais?!
Mais do que a força!
Mais do que a razão!
É preciso de musica!
É preciso de serenatas!
É preciso da magia antiga
Dos cavalheiros de outrora
A defenderem o seu amor.
É preciso da sensibilidade do poeta
E a sabedoria do beija flor,
Pois se um canta sua beleza
O outro paira sobre a mesma
Em simbioses de amor.
Mas como poderiam saber
Se são somente homens
E nada mais?!
Ah! Pobres coitados!