OFERTA DE AMOR


Do que fui, eu sou agora,
A imagem desbotada,
No meu corpo só aflora
A velhice e mais nada...

Do tempo, decrepitude,
É a única herança,
De antes, da juventude,
Só me resta a lembrança.

Mas intrépida, lateja,
Uma força interior
E não há quem não a veja,
Nessa expressão de amor...

O amor que tenho puro,
Pelo tempo lapidado,
É o fruto já maduro
Que por mim foi burilado.

Esse amor eu ofereço,
Aos jovens que hoje estão,
Na juventude, sem preço,
Mas sem amor no coração.