Champollion
Os astronautas deixaram suas pegadas
Os navegantes deixaram seus brasões
Os ladrões sempre deixam à prova do crime
Os mentirosos sempre deixam se cair
Em contradições
Uma paixão sempre deixa rastros
Por onde passa
Os espartanos deixaram indícios
Lícitos de perfeição
Assim como uma mulher encantadora
Sempre deixa seu perfume
Assim como os incas sempre deixaram
O sol como testemunha
E sempre o deixaram no cume...
Os indianos deixaram o taj-mahal
Como prova de amor
Os vikings deixaram o machado
Como prova de bravura
O sol deixa o suor
Como prova de força
Os vulcões formam e formaram as ilhas
Como prova de que a existência
É frágil e prematura...
Os egípcios deixaram mistérios
Nos hieróglifos e papiros
O passado deixou e vai deixando
As ruínas de um império
Como prova de resistência
Mas nem no meu ultimo suspiro
Vou deixar você perceber
Que vivi a vida inteira
Como vampiro
Escondendo-me da tua claridade
Escondendo-me subitamente de você.
(Jean-François Champollion, lingüista francês que decifrou.
Os hieróglifos e permitiu todo o conhecimento do passado do Egito.)