TARDE DEMAIS PRA NÃO TE AMAR

Se já padeço dos sintomas, não mais importam as profilaxias

Com abaladas hierarquias, me desconheço nos próprios íntimos

Escravizados instintos dão o tom melódico que me foge a maestria

Vejo-me distinto do que me via, como um ébrio por teus lábios tintos!

Não resta muito a se fazer quando a razão se divorcia da ação

E se torna impossível dizer não ao que propõe o sentimento

Como uma folha relegada ao vento, somos o monumento da impercepção

No cais da solidão, somos embarcação ao descomando do relento!

Quando os passos do querer sobem ao trono da autonomia

A alegria parece se tornar sinônimo da mais gritante infantilidade

O ego perde a própria vaidade pra venerar outra fisionomia

E a maior das agonias é desobedecer tanta necessidade!

Assim me rendo aos soberanos oceanos de minhas incapacidades

Tentei fugir a essas grades, lutei profundamente em prol da indiferença

Mas hoje a descrença em mim mesmo reflete em lágrimas covardes

Porque as horas já estão tardes e todos os sintomas já são doença!

Republicando, a pedidos

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 24/03/2011
Código do texto: T2868498
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