ESCOMBROS QUE O TEMPO NOS TRAZ

nem mais me lembro

por que eu disse não,

então,

não posso também

entender do teu sim.

outrossim,

um meu não

pudesse falar

d’um talvez,

assim,

d'um lampejo

de ternura

que, ao final,

não se desfez

ou um teu sim

talvez dissesse

jamais

feito um amor

que tempo algum

resolve ou refaz

portanto, sigamos...

sem o pranto

do que à frente vem.

sem requentar

o que ficou por detrás.

esqueçamo-nos

a dissolvermo-nos

como, em água, os sais...

sem sins,

sem nãos

sem mais.