Na simples ingenuidade
Tenho tanta raiva.
Tanta raiva por amá-lo.
Raiva por não ser correspondida.
Por não ser compreendida.
Nas nossas longas conversas
Viajamos em um idioma só nosso
E na sua doce juventude velha
Ainda percebo ingenuidade.
Ingenuidade para não perceber o amor em meus olhos.
Para não perceber a admiração em meu espírito.
Para não ver o que está na cara.
Enquanto para os outros nada precisa ser dito.
Meu olhar desenha para você o que sinto.
Mas você tem a não percepção de ser ingênuo.
Por mais que eu tenha vontade de beijar-te no meio da rua
Minha coragem se esvai com teu sorriso
E ainda tenho raiva.
Por não conseguir te esquecer
E me apaixonar todo dia pela sua ingênua inteligência
Ingênuo sorriso.
Ingênua beleza.