TRISTE!!!

Você,

a delicadeza mágica do amor,

Que, de tão suave,

Parecia levitar.

Confundindo meus olhos,

Corando minha face,

Petrificando meu corpo.

Pude maravilhar-me

Com a fina flor do encanto.

Sua voz, mais parecia

Um canto entoado com maestria,

Revestido por um veludo harmônico

De copiosa beleza.

Seu andar gracioso e elegante

Logo foi se distanciando.

Por demais supliquei sua volta.

Nem sequer um aceno.

Ainda pude avistar com dificuldade,

Seu esguio vulto,

Perdendo-se na imensidão do vazio.

Ainda hoje busco contradizer o destino,

De alguma maneira,

Ainda que utópica e insana,

Retroceder ao tempo

Para encurtar a distância,

Preencher a lacuna da solidão

E dizer sem rodeios

De minha dolorosa sofreguidão.

Sempre quando a noite vem,

Feito um encosto vejo sua aparição.

Sua pele alva, quase transparente,

De uma brancura indelével e inacessível.

É a paga imposta por minha aversão ao amor.

Sou o estereótipo da degradação.

Vez por outra, acendo uma vela

Tentando clarear o amor que se foi,

Sem ao menos por eu, ser notado e amado.

Quantos subterfúgios usei,

Esquivando-me da felicidade !

Abro os olhos, avisto o infortúnio

As quantidades de avarezas se multiplicam.

Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 28/06/2005
Código do texto: T28661