AMOR NA CONTRA MÃO

No vazio do olhar perdido, me perdi
E buscando a razão que nunca vi
Pelo olhar perdido me apaixonei...
Daquele deserto não se via nada
Que pudesse a vida ser deslumbrada
E sem saber o porquê, me desatinei...

O desafio de conquistar o amor,
A confiança de quem sofria a dor,
Seria para mim um apostolado.
Queria desvendar todo o mistério,
Eu faria da vida um ministério,
Viveria para sempre ao seu lado...

Mas há razões que a razão desconhece,
Decisões que a malha da vida tece
Em encontros e desencontros do amor...
O que seria desafio para mim,
Para ela seria tortura sem fim
Pois queria viver no luto, na dor...

Assim, eu vi sua vida definhada,
Sem reclamações, vivia imolada,
Preferia o deserto, a aridez...
Descartava consolo por piedade,
Mascarava sempre a realidade
Com soberana coragem e altivez.

E assim, no triângulo amoroso,
Querendo buscar um final venturoso,
No jogo inconsciente da sedução,
Quem ela amava, desprezou seu amor,
Assim como ela, eu vivia na dor,

Sempre na vida, vivendo na contra mão