DESEJO E TEMPO

Na força do desejo o limite

é o corpo:

O horto para os animais

As barreiras sociais

A cultura do pudor

O cheiro da situação

A crise de abnegação

A negação dos iguais

Nos limites do corpo o tempo

é a força:

Os sais para os banhos

O tamanho para a ação

O chão na caminhada

O leito na correnteza

A certeza da reciprocidade

Os braços no afago

As “juras de maldição”.

O desejo não tem limite

Nem corpo

É um sopro que fura

Uma correnteza, com fúria;

O corpo é a arma

Que cala nas mãos.

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 23/03/2011
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