Chega de poesia, meu amor!
Chega de amor, minha poesia!
Não bastam essas palavras gastas
Que mais se desgastam tentando
Dizer da emoção do sentimento
Não basta este lirismo insano
Mal fundamentado de coisa real
Para pintar de outras cores
O que não tem cor nenhuma
É a mesma tristeza de sempre
Da mesma mais triste solidão
E a saudade não acaba nunca
Nunca em palavras ou lirismo
E essa poesia não muda, meu amor!
E esse amor não muda, minha poesia!
Segue assim tão sem sentido
E se perde sem direção
Sentido assim no que é dor
Essa dor demais profunda
Essa dor insistente, renitente
Chega de cantar o que dói
Chega de doer o que canta
Quando tudo se desencanta
A gente não descansa de sofrer
Chega desse clamor não ouvido
Que eu duvido que chegue a você
Não vê, não sabe, não ouve, não pensa
Não sente nem pressente, esquece
Não sonha mais, não precisa
Não aquece o frio da alma
Não arrefece a força do medo
Do desespero mais incontrolável
Desse sempre que é quando
Eu sei que vou lhe perder...
Chega de dizer, chega!
Se agora você não me olha
Se agora você não me vê
Para o amor ou para a dor
Amar ou doer tanto faz
O que sempre pedi e peço
Sempre foi tão pouco
E quer saber?
Já pedi demais!
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 21/03/2011
Reeditado em 25/07/2021
Código do texto: T2862161
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