Carta ao meu amor II – Vinte e um de Março
Restaram-me as lembranças que me adsorvem
E aquecem onde no frio, perpétuo encontro-me...
Advém aquele amor, acordando pesadelos que não vem
Que se alastra feito veneno que inflama e sorve-me.
E quando na noite, gritos sentidos não ouvirdes,
Será porque nenhuma noite acordou-te em mim...
Mas onde vós me fostes, perdida na noite que me ardes,
Devolver-me-á os gritos ao peito e porá na agonia o fim.
Por onde anda a amada, perdida minha, daquela noite?
Para onde me levou da alma e escondeu-me de mim?
Ah, destas promessas de pesadelos feitos, nada sente
E mais que sentir, eu vos senti, sonhando pesadelos, assim.