COLHEITA DE MENTIRAS

Colheita de mentiras

Ai! Não me fales de amor,

Não digas nada minha criança!

Eu bem sei que são mentiras

As palavras de tua boca,

Tão falsas quanto às lágrimas

A escorrerem por tua face.

A luz que agora se apaga

Não mais guiará os passos teus

E o tempo transformará em cinzas

Os sonhos da tua mocidade.

Quanto a mim,

A minha poesia

Há de reduzir-se a um sopro

E a esperança morrerá com a ilusão!

Ambos caminharemos sob trevas

Procurando em vão

O caminho do perdão,

Mas o que te importa o futuro?

Ou se a coroa deste poeta

Tem espinhos de solidão?!

Não teremos jamais

A paz por abrigo

E o destino a chicotadas

Fustigará nossos passos

Bradando sem piedade:

“Caminhem! Sigam em frente!

Lá! Para além do horizonte

Terão como recompensa

Uma colheita de mentiras.”.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 20/03/2011
Código do texto: T2859717