ANJO OU DEMÔNIO?

Naquela noite eu vagava solitário

Pelos bares de uma sombria madrugada,

E não havia nada em minha existência

Capaz de acalmar minha consciência,

Roubaram de mim a infância!

Corromperam-me a inocência!

Sendo um pássaro errante

Não tive direito ao amor,

As lagrimas da minha face

Tinham por destino uma flor,

Mas perderam-se pelo caminho

Gotejando sobre os espinhos

No jardim a minha dor.

Apareces-te então, Pálido arcanjo!

Iluminando os olhos deste poeta cego

Amou-me até o romper da alvorada,

Não perguntou quem eu era,

Não perguntei quem eras,

Mentimos... Fingimos... Quem sabe?

Mas do que nos adiantaria

Ter a certeza dos nossos passos

Se a vida não nos dá garantias

Além dos fugazes momentos

Em que dividimos beijos

E somamos abraços?

Anjo ou demônio?

Sonho ou pesadelo?

Que importa?!

Só o que me resta agora é um abismo

No qual me atiro como suicida

Mergulhando nas profundezas

De um mar sem perolas

Em uma noite sem luz.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 20/03/2011
Código do texto: T2859708