Poema 0875 - Véspera
Não sei que horas são, que dia, quem sou hoje,
olho e nem a estrada existe mais, nada além de nada,
uma ladra levou meus sonhos, meu deus se foi da crença,
o dia da saudade, à noite da paixão, eu do amor.
Volto meus desejos ao ontem ou até antes demais,
nasci de um corpo forte, de um forte coração,
mas, não existem mais, apenas o sim e o hoje,
foi quando meus pés ficaram presos a terra.
Não chegou ninguém, não bateram na porta,
não existe, assim como não tenho ambição,
meus olhos não vêem luz, apenas nuvens e escuras,
ninguém chegou, ninguém voltou e eu não sonhei.
Tenho um amanhã para seguir, um céu para tocar,
preciso de mãos fortes, mãos que me toquem,
de carinho, apenas um, de paixão forte, quente,
como o fogo deste inferno que corre dentro do corpo.
Depois, outro dia, outro ano, novamente morro,
nascerei um ser maior que ontem, menos solitário e livre,
as pessoas vão estar a minha espera na véspera do amanhã,
não quero juras, não quero mais que vida, só a minha, em paz.
08/11/2006