O Tigre e a Rosa VI – O raiar

Ao raiar do novo dia,

o Tigre olhou para sua companhia.

A Rosa dormia tranqüilamente.

Para ele, aquilo era um presente.

Observava toda a sua beleza,

sua forma de pura franqueza.

Tinha medo de se movimentar

e que pudesse ela, do sono despertar.

Não perderia aquele momento,

dirigia a ela todo o pensamento.

Não acreditava no que tinha acontecido,

algo tão lindo, tão vivo !

Então aquilo era o amor.

Nada de culpa, nada de pudor.

Não sabia onde começava

nem tampouco terminava.

Indagou-se se não era um sonho,

acordar e perder tudo isso, era medonho.

A tocou levemente para ter certeza,

suas pétalas com a densidade da seda.

Era realidade,

perdera a noção pela imensidade.

Naquele momento, ele jurou.

“- Farei de tudo pelo meu amor !”

A protegeria de todo o mundo,

a salvaria de um mar profundo.

Enfrentaria caçadores,

tomaria a si suas dores.

E ao vê-la aos poucos despertar,

disse: “- Minha Rosa, para sempre vou te amar !”