Estranho amor
Quando se ama alguém o tempo passa a ter uma dimensão diferente, ele se torna meio subjetivo. Talvez seja assim porque esse alguém começa a fazer parte de todos os nossos pensamentos. Até as menores ações cotidianas são executadas pensando em quem amamos. Com isso vivemos o nosso amor todas as horas, acordados ou dormindo, e continuamos assim, vivendo as duas vidas. Até que uma coisa qualquer, talvez uma data, nos faça lembrar do dia em que conhecemos a pessoa que amamos. Começamos então a contar o tempo real e vemos que naquele ano maravilhoso que passou só nos vimos talvez uma dúzia de vezes. Ficamos perto um do outro por apenas algumas horas, trocamos umas poucas palavras e nos tocamos durante alguns segundos. Aí então “a ficha cai” e percebemos que amamos no escuro, pois somos apenas dois estranhos..
J.Valjan