Ode a mulher que me inspira, ode a ti que me lês, ode ao amor
Ah, serões sobre as estrelas...
Duas conversas banais
Dois dedos de conversa
Meu olhar extasiado
Meu absconso petrificado
Tu,
Canção nos meus ouvidos
Língua que não preciso entender
Que
Assim nos beijos aéreos
Te tomo
Com "possuimento"
Em supinação.
No céu a Lua brilha
No seu branco gaudiosa
Onde nos sons de mil Liras
É "devassante"
Que desafiar a tormenta
É desafiar ao próprio Deus
Onde flui o rio de caminho incerto
Na sombra dos cansados
Dos irados
E dos apaixonados,
Que,
Certos só os anjos
Na minha eira
Silenciosos, abstémios e "aboquiados"
OH,
Ninguém nada porfia
Dentro da fala
Que a esgana consome o silencio
Doravante e sempre silencioso
Que porfiar
É aventar num duelo
Onde o som da pistola
Ecoa no tiro da bala
E não quero nada com sangue
Se te puder ter entre as flores
Tendo-te louca
Na minha boca
Nos meus lábios
No meu beijo!
Ai sentido
No caminhar da tua doce linga
Por entre o hálito acre
Escorres sabores tropicais
Que nas florestas do teu sexo
Te consumo possante
Saciado nas garras de um elefante
De uma Onça
Ou de um Jacaré!
Ou nas garras de um homem
De um bicho
Ou nas garras da insanidade...
Ofereço-te o meu corpo como casa
Ofereço-te o meu fagote
Como dádiva
Onde tocas acordes de varina
Mulher doçura e encantamento
Ofereço-te a minha alma
O meu coração
E a minha vida
Ofereço-te o Mundo
A palavra
O cheiro
E o infinito...
São dez horas da manhã
Quase trinta e seis depois do teu "amor"
São mil voltas ao Mundo
Por entre as Luas
Que muito já vi
Mas não amei...
E tu,
Estrela cadente errónea
Me vens no desassossego
Queimar a paz
Tão absurda e abrasiva
Tão profunda
Tão cheia de nada
E tão cheia de ti.
... Sim
Leva-me no teu voo
No teu canto
Na tua doçura
Leva-me
No teu beijo
Na tua pele
No teu cheiro
Leva-me na tua rima
No teu verso
No teu amanhã
Hoje sou feliz
Pois na felicidade do "agora"
Te conheci.
Na felicidade do hoje
Te ouvi
E me encantei....
Amanhã:
Logo se verá!
Depois é só futuro
Depois é só futuro....
"Amo-te"
P.s A ti loira das minhas nocturnas e quiçá das diurnas...
Paulo Martins