Estética
Eu sei, querida, tu és muito linda
Teus olhos salpicam azuis metilênicos
Afastando tudo que jocoso de meu corpo e pinta
Transformando aos moldes Napoleônicos
Sei de tudo isso, meu bem
Que teus seios avolumados ainda muito hão de excitar
Que teus quadris arredondados ainda muito hão de encaixar
Sei de tudo isso, tu sabes bem
Mas, sabes do meu gosto também
Prefiro Guernica a Mona Lisa, que há de fazer?
Nos traços caninos da mediana robusta
O desafio, a necessidade de interpretar
Teu rosto és muito árcade, Parnassus, outros gregos
Entenda, não é arte, é simples, fácil de admirar
Além disso, sei que o silicone derreterá
Que a virilha se amanteigará
E que a boca, cansada, penderá levemente
Desconfortando o próprio suplício
Entendes, agora, meu bem?
Não és pra mim, que tens de dar
Chacoalhe aquilo que retém imponente
Aos duros custos, de vomitar
Não és de mim que precisa
Qualquer pepino arborizado
Deve Bastar
Ao modo galiléico, trago-lhe minha deficiência supressa
E se ainda insiste que sou incapaz de ao amor me dedicar
Rogo-lhes, por favor, vá se masturbar