BRISA
Por um momento pensei ter perdido o prumo
ao te ver chegar diante de minha janela
e, com um sorriso, entrar em minha mente
e me fazer pensar no futuro,
como uma jornada alegre e branda.
Perguntei teu nome, e palavra tão bela,
em voz tão maviosa, acreditei
nunca ter ouvido antes.
Abri a porta, desci à rua,
e sair de casa foi sair de mim.
O amor, meu mestre disse,
é sempre sair um pouco de si.
Como uma brisa te recebi na pele,
e, se nada falei a mais, além
das trivialidades sem lucidez da hora,
é porque, às vezes, as palavras faltam.
É só na poesia que eu
(quase)
encontro as necessárias palavras.