BRISA

Por um momento pensei ter perdido o prumo

ao te ver chegar diante de minha janela

e, com um sorriso, entrar em minha mente

e me fazer pensar no futuro,

como uma jornada alegre e branda.

Perguntei teu nome, e palavra tão bela,

em voz tão maviosa, acreditei

nunca ter ouvido antes.

Abri a porta, desci à rua,

e sair de casa foi sair de mim.

O amor, meu mestre disse,

é sempre sair um pouco de si.

Como uma brisa te recebi na pele,

e, se nada falei a mais, além

das trivialidades sem lucidez da hora,

é porque, às vezes, as palavras faltam.

É só na poesia que eu

(quase)

encontro as necessárias palavras.

Deodato
Enviado por Deodato em 17/03/2011
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