SERPENTE
Eu cansei de ser da vida a ponta que sobra para fora da alma
Eu não quero sentir-me amigo porque choram minhas besteiras
Eu não quero olhares de compaixão... Nem abraços que não me tirem mais do chão
Cansei de ser o resto da garrafa. Aquela gota que mal aguça a língua
Estou precisando de exageros!
Quero luxuria em doses fatais de vida
Ouvir segredos escondidos entre as pernas que me lambuzam
Eu quero peitos! Porque seios já me são cálidos demais
Quero trocar beijos doces por mordidas
E se com tapas ela me convida, eu vou!
Importa muito pouco se depois restar-me apenas feridas
Meu “hoje” quero agora... Amanhã eu até posso amar!
Serei vampiro e ventania
Profanando sonhos e devorando bocas numa eterna magia
Porque ser poeta é divino
Falar do mar e do amor
Floreando sempre a maldita dor
Hoje não.
Se for sangrar... Que sangre!