SERPENTE

Eu cansei de ser da vida a ponta que sobra para fora da alma

Eu não quero sentir-me amigo porque choram minhas besteiras

Eu não quero olhares de compaixão... Nem abraços que não me tirem mais do chão

Cansei de ser o resto da garrafa. Aquela gota que mal aguça a língua

Estou precisando de exageros!

Quero luxuria em doses fatais de vida

Ouvir segredos escondidos entre as pernas que me lambuzam

Eu quero peitos! Porque seios já me são cálidos demais

Quero trocar beijos doces por mordidas

E se com tapas ela me convida, eu vou!

Importa muito pouco se depois restar-me apenas feridas

Meu “hoje” quero agora... Amanhã eu até posso amar!

Serei vampiro e ventania

Profanando sonhos e devorando bocas numa eterna magia

Porque ser poeta é divino

Falar do mar e do amor

Floreando sempre a maldita dor

Hoje não.

Se for sangrar... Que sangre!

luis lopes
Enviado por luis lopes em 17/03/2011
Código do texto: T2852865
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.