CONJUGAL
Antes,
A destreza da língua
Que se aninha dentre teus lábios
De leveza infinda
Naquele arroubo matinal
Onde o dia
Submete-se, cordial,
Ao mais e mais
D'um carnaval conjugal...
Depois,
A brisa quase dormente
Da longa e paciente tarde
Em que te reinventas
D’um sol que te arde
Em fascínio igual
À vísceral força luzente
Do amor que te alimenta...
Agora,
Essa noite adolescente
Que pisca o grafite dos teus olhos
Nas pedras distraídas da rua
E, livre, te faz correr
Criança descalça
Como que atrás
Da última alegria tua...
(Ah...
Eu amo o amor que me clama
Por esse observar do amor
Que, em ti, me chama)