Ode à palavra
 
Mergulhar no branco inusitado do vácuo
Do inédito e improvável silencioso conceito,
É como ressuscitar em si, alguns mortos
Trazê-los de volta ao físico e  pleno direito
De exercer o cerne de cada sagrado vocábulo.
 
A língua como veículo do exército humano
Evocando planos para o que se pensa ou diz,
Pouco importa se o poema é do engano letal
Ou do amor decadente de alguma meretriz,
O tema é apenas e, no fundo, o segundo plano!
 
O que importa é esse sistema que especifica
Os pontos estreitos de uma prosa eloqüente,
É o elo que prende os pensamentos com ritmo
E no íntimo sustenta as provisões das sementes
Em contínua e lúcida lira que conta da vida ... 
 
Cristina Jordano
Enviado por Cristina Jordano em 16/03/2011
Reeditado em 16/03/2011
Código do texto: T2852200
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