Sei que vou

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Vou devorar teu corte íntimo.

Vou me embeber com a tua saliva...

Vou recortar o teu já cortado corte,

sangrando em esparsos coágulos.

Perfeito!

Vou separar teus lábios com as mãos.

E que os outros lábios,

escancarados lábios desdentados,

não me molhem sem aviso prévio.

Imperfeito.

Vou desalmar tuas coxas cretinas!

Por que se fecham sem permissão?

Vou cerrar as mãos e arrancar...

Arrancar um único pentelho pixaim!

Defeito!

Vou buscar entradas, todas elas!

Vou pular o quintal e entrar...

Entrar pela cozinha, desavisadamente.

Vou cuspir, avisando o que pretendo.

Com jeito...

Vou queimar teu fogo dissimulado.

Vou mijar por sobre as cinzas.

Vou transgredir, assobiando em teu pulmão!

Não repita duas vezes 33 mais 3:

– Que posição!

Vou ouvir o teu gemido de caça.

Vou zombar de cada dia de desgraça,

quando teu corpo se fingia não meu.

Vou falar e espalhar pra todo mundo:

– Que decepção!

Vou me lavar depois da cama...

Vou retirar de mim o teu suor.

Vou vestir a cueca suja ao avesso,

virando a página de número, sei lá.

É coleção...

Vou reler cada verso sem pressa.

Vou me imaginar esmagado pela fúria.

Vou desejar cada ato de luxúria

que teu corte, desconstruído, exigirá.

Penetração...

Nijair Araújo Pinto

Crato-CE, 16 de julho de 2008.

01h19min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 16/03/2011
Código do texto: T2851198
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