A EPOPÉIA: UMA VIAGEM PELOS SENTIMENTOS

Hoje acordei me sentindo mais vivo

O coração batendo forte, num ritmo floreado

como se fosse uma orquestra.

Enquanto caminhava,

um turbilhão de idéias e pensamentos

tomaram de assalto a minha mente.

Fiquei possuído por desejo irresistível

de escrever e compartilhar tudo que sinto.

Os fatos de minha vida vão surgindo

Tudo de forma desordenada

como se estivessem no meio de um furacão.

As verdades que eu gostaria que fossem mentiras

e as mentiras que desejava serem verdades.

Minhas virtudes desamparadas,

meus desejos solitários,

e os devaneios de um sujeito de carne fraca.

Reconheço, sou um homem devasso.

Adoro a sacanagem do sexo sem hora marcada.

Lembro daquele beijo macio e selvagem

que fazia eu ter uma ereção em minh'alma.

Aquele corpo de pele macia e perfumada

trazia dentro de sí um vulcão teso e imenso

O gozo era o nectar de meu prazer

diluído na saliva da boca deliciosa.

Não bastasse o gosto inigualável desse ser diferente

ali estava uma mulher sem igual.

Nem olhar aflito era capaz de esconder

tamanha doçura, generosidade,

cumplicidade feminina,

uma mulher em forma de menina.

Sei que sou culpado por não esquecer.

Mas que diabo!

A vida não precisa ser um julgamento

se não tenho meu passaporte pro céu (?)

não preciso bancar o coitado

sentado no banco dos réus,

pois até prova em contrário

sou apenas culpado, por ser que eu sou.

Estou delirando.

Vejo uma mulher de olhos verdes,

cabelos de um louro dourado de outro mundo.

Um espartilho preto, saltos que causam vertigem

e um triângulo minúsculo cobrindo seus lábios inferiores.

Eu tento tocá-la, mas minhas mãos estão amarradas.

Quando penso em dar um passo

desabo em vetiginosa queda num abismo

e caio até sentir sob meus pés o vazio.

Não quero mais o gozo simples.

O tesão com hora marcada

que traz um barato momentâneo

e uma dor de cabeça no dia seguinte.

De que me adianta duas ao mesmo tempo

se somadas não resultam em nada

Devo estar delirando.

Chega de sentimentos razos,

chega de fingir ser profundo

dane-se o mundo,

quero saber do mundo que me importa

Comprei mais um livro,

comprei mais uma viagem.

Meus vícios são sexo,

livros e corrida.

Estou lendo vários livros ao mesmo tempo,

nem preciso de Viagra.

É uma sensação gostosa

um orgasmo mental.

Será que daria conta de seis mulheres ao mesmo tempo?

Estou delirando.

O meu primeiro beijo foi anulado.

Quando penso em lábios se tocando,

e línguas se enrolando,

lembro apenas de todos os beijos,

beijos que nunca mais tive,

daquela boca macia como a brisa de uma noite de verão.

Eu amei apenas uma vez.

Não foi o bastante,

jamais será muito

mas quando procuro tudo isso

vejo uma imagem distante,

uma miragem nublada em tons de vertigem.

Não, não estou delirando.

Sei que foi tudo real.

Sou culpado por não esquecer,

e minha pena é fingir que não sinto mais nada.

Eis aqui uma parte da viagem rumo ao desconhecido,

rumo ao meu ser.

Todos nós temos um demônio que fica à espreita.

Com sua cara de santo espera o momento de nos colocar à prova

para lembrarmos o quanto somos imperfeitos.

Nada é mais fácil do que ser complicado.

Deep Blue
Enviado por Deep Blue em 15/03/2011
Código do texto: T2849886
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.