Nos versos desrimo
Em versos a rima
que desrima eu faço
num facto a língua
a tua na minha
assim mesmíssimo
assim tardíssimo
em mim tu
em ti mim
além o mar
do vento o sopro
as lembranças tardias
das tardes e das noites
a varanda canção
o portão do teu coração
nas rimas não faço
desrimo de facto
em mim canção
do mar saudade
que se não for não é
nem tido sou ou estou
não
não sei rimar
porque os meus versos
são tontos
e nas ondas elevadas do mar
eu te busco numa onda
a que te me traz
e a que te leva.
Paulo Martins