A lágrima da Poetisa
Uma gota orvalhada segue seu
caminho incerto feito
a chuva que explode contra
o frio da vidraça.
Alguém procura
nas entrelinhas
do que seus olhos
leem o sentido
exato das palavras
dispersas pelo texto.
Há uma angústia que
permeia a alma da
Poetisa e nela sinais
sutis de uma lembrança
partida entre dois silêncios.
O tempo recorta nas
horas a solidão de
uma noite insone
enquanto o lamento
dissonante de um amor
perdido recolhe os
fragmentos do
que se partiu.
A Poetisa tenta, com
sua pena dorida, rascunhar
uns versos perdidos,
compor um simples poema.
Busca, no sentido desses
versos, entender o que
a alma chora.
E ela – triste alma aflita –
repete no silêncio
de agora que é
apenas uma lágrima
da Poetisa.