EU VI A POESIA
Ela combateu frontalmente todos os conceitos que eu lhe atribuía
Uma vez que meramente lhe sentia, nem pude pressupor lhe contemplar
Alguns declaram nela se inspirar, já eu lhe rascunhava ou simplesmente lia
Até que num mágico dia, ela decidiu me visitar!
Chegou a mim trazendo em si a aura das manhãs mais inimagináveis
Daquelas tão afáveis, cuja neblina baila no topo da serra
Trouxe um encanto que até hoje não se encerra em seus olhos amáveis
Tornando meus pulsares instáveis e pondo meus instintos em guerra!
Em suas formas vi tamanha perfeição, a ponto de calar-me o verbo
Qual deslumbrado cego, assim tornou-me aquele brilho singular
Nenhuma estrofe é de se comparar, nenhum soneto é tão belo
De sorte que ainda me esmero e não consigo mesmo assim lhe decifrar!
Nos cantos desse mundo aos cântaros desfilam musas e feições
Todas cheias de fascinações e que talvez algum aplauso me mereceria
Mas nenhuma delas chegaria aos pés de tuas atribuições
Nem sei se és real ou fruto de imaginações, mas sei que és a própria Poesia!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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