ALÉM DE MIM

Como explicar a revoada de lampejos e impetuosidades?

Ambas pairam com totais imunidades e arrastam para si o meu juízo

Perco a noção do próximo abismo e suas decorrentes calamidades

Mentiras tornam-se verdades e o deserto vira oásis de um paraíso!

Cascatas de argumentos morrem nos vácuos da condescendente surdez

A insensatez impera com braços de ferro no trono da intolerância

A mais intempestiva intemperança e a mais alucinógena embriaguês

Todas reunidas de uma vez - uma overdose de carência e ânsia!

O corpo pede a toda hora e a alma clama qual pulmão do ar desprovido

Sinto-me desprotegido se os braços aquiescentes não me aquecem

Os vigores como que fenecem, sinto o horizonte qual raio foragido

Sou vento matinal perdido em noites cujas horas me esquecem!

De sorte que me acho aprisionado por teus olhos cintilantes

Os teus carinhos são meus diamantes, o teu amor é minha prisão

É impossível dizer não a todos os chamados de teus lábios cativantes

Viajo como a mente de Cervantes - sou mil Camões falando de paixão!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 14/03/2011
Reeditado em 14/03/2011
Código do texto: T2847036
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