PANO DE FUNDO
PANO DE FUNDO
Deixo-me levar pelas cores da memória.
Minha nudez adere-se à tela da mente,
como a tinta aos interstícios do pincel.
Na vertigem do momento,
sou ninfa envolta em lençóis de seda
à espera do momento que anunciará sua presença.
Cores reais emolduram o êxtase da espera
e objetos cotidianos
recolhem-se à sua serventia,
no ritual do sonho que inaugura minha tela.
E nos espasmos da moldura
percebo que o tempo passou
e você não veio.
Basilina Pereira