AQUI É QUE TE GUARDO SEMPRE...
Agora não gosto mais de poemas.
Parecem melancólicos e avisto
você bailando pura nas linhas
do poema que sorvo mudo.
Agora não gosto mais de poemas.
Quem sabe eles se emudeçam
e você fuja daquelas partes
que gritam e me alucina.
Agora não gosto mais de poemas.
Uns poemas doces que falam
de um amor que teria de ser
eterno, mas que é tão frágil.
Agora não gosto mais de poemas.
Parecem que estão minguados,
mostram-se falsos; perderam
a cor que me embriagava.
Agora não gosto mais de poemas.
E, enquanto durar a saudade
neste peito, não degustarei
nenhum e fenecerei seco!
Agora não gosto mais de poemas.
É que mesmo linda e meiga; sei
que é falsa a silueta nas letras.
Aqui é que te guardo sempre!