Homem-porto

Nenhuma realmente me amou

Todas acharam que me acharam o ego,

Nenhum encanto encontraram

E eu lhes perscrutando cego

Talvez lhes impedisse a busca

Sondando-lhes a alma, perseguindo-lhes a veia.

O tempo, ainda mais egoísta,

Não nos deu uma chance, nos levou consigo, nos teceu uma teia.

E a cada retorno,

Falta-me uma parte

À parte algum consolo

Falta-me um tijolo

Penso se houve uma vez

Alguma contra-partida

Menos abstrata

Alguma coisa viva

Mas só como uma ilha,

Aporto aventuras

Migalhas, amostras de suas culturas.

Insistindo sempre, sempre reinicio.

Sempre a esperar,

Sempre por um fio.