Borracha

“Não importa o quanto você tenta esconder,

quantos planos faça

Um dia te pegam,

desmascaram sua farsa

Podem até não te pegar,

mas um dia você vai pagar um preço muito alto

Não adianta tentar compensar com acertos

Sono perdido não se recupera,

um dia a menos não te rejuvenesce

Muito pelo contrário, te envelhece

O erro definitivamente não tem volta

Não há borracha pra vida

Se borra, se risca, se esquece,

se finge esquecer, mas não apaga

A vida é cheia de marcas e cicatrizes expostas no teu corpo e na tua alma

Deslizes e doses existem e te mudam,

te instigam, te soltam

Somos, muitas vezes uma fórmula composta por doses e deslizes

Acontece, mas não se esquece

De fato precisamos nos machucar primeiro pra entender que corta de verdade

Não dá pra entender o amor se não houver cenas regadas de muito choro

Prevenção é para os sábios, eternidade é para os deuses,

erros são parte do que somos e seremos

Então abrace um pouco mais, chute mais, fuja mais,

volte sempre, abra os olhos no escuro,

feche os mesmos e pule, grite, cante, dance,

se molhe, se suje, se prenda na liberdade,

sinta-se livre pra se prender, cometa erros e assuma a responsabilidade,

tente rir, amar, chorar e odiar de verdade

Marcas e cicatrizes não se acabam,

mas uma hora elas param de nascer,

o tempo para pra você”.