Em ti
Oh "mare" filosófico sacramento do meu desespero...
Por onde andas bela donzela
Dos meus fatídicos sonhos?
Oh sede dos teus beijos
Sede enorme de te abraçar
Sede transfigurada das nocturnas...
Oh violentas tormentas
Calmos sonetos de Chopin
Oh fantasmas insolentes
Brutos ladrões
Incessantes e cambaleantes gatunos na minha roda
Meus furões e cães de latir
Meus dedos apontados para o Universo
... Mas não estás!!!!
Oh candeias acesas de todas as ruelas
Oh becos escuros da minha cidade
Oh viajantes sem rumo
Negros muros de arroteamento
Meu soneto medieval
Meu soneto visceral
Meu tremor
Meus medos
Minhas infames e sangrentas loucuras
Que por ti vaio todos os homens
Que por ti mato onde for necessário
Onde por ti visito o meu ossario
Despojos lentos da minha agonia
Pois viver sem teu alimento
Não me acalma a alma
Não me acalma a alma
Digo "mare"...
Como blasfémia
Digo distancia
Como um hemisfério
Digo alô como balelas errantes
No coito da vera fêmea
Digo o que não sei
Nem o que sei
Digo como um feirante que busca um alfarrábio
Para te descobrir morta nos meus lábios
Como se o meu desejo fosse apenas
O meu ser egóico
De te ter em mim UNICAMENTE...
Vampiro