Em ti

Oh "mare" filosófico sacramento do meu desespero...

Por onde andas bela donzela

Dos meus fatídicos sonhos?

Oh sede dos teus beijos

Sede enorme de te abraçar

Sede transfigurada das nocturnas...

Oh violentas tormentas

Calmos sonetos de Chopin

Oh fantasmas insolentes

Brutos ladrões

Incessantes e cambaleantes gatunos na minha roda

Meus furões e cães de latir

Meus dedos apontados para o Universo

... Mas não estás!!!!

Oh candeias acesas de todas as ruelas

Oh becos escuros da minha cidade

Oh viajantes sem rumo

Negros muros de arroteamento

Meu soneto medieval

Meu soneto visceral

Meu tremor

Meus medos

Minhas infames e sangrentas loucuras

Que por ti vaio todos os homens

Que por ti mato onde for necessário

Onde por ti visito o meu ossario

Despojos lentos da minha agonia

Pois viver sem teu alimento

Não me acalma a alma

Não me acalma a alma

Digo "mare"...

Como blasfémia

Digo distancia

Como um hemisfério

Digo alô como balelas errantes

No coito da vera fêmea

Digo o que não sei

Nem o que sei

Digo como um feirante que busca um alfarrábio

Para te descobrir morta nos meus lábios

Como se o meu desejo fosse apenas

O meu ser egóico

De te ter em mim UNICAMENTE...

Vampiro

PauloMartins
Enviado por PauloMartins em 10/03/2011
Código do texto: T2840397
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